quarta-feira, 8 de maio de 2013

Diretas Já: a guerra das vaidades

“A luta contra a ditadura é a mais bela história que o Brasil tem para contar. O movimento das Diretas Já, com toda a certeza foi um marco histórico da união deste país contra o autoritarismo. O Brasil conseguiu: há quase 25 anos vivemos a democracia em sua plenitude. Com o surgimento da internet e das redes sociais, especialmente o facebook, esperava-se que o conceito de democracia fosse reforçado, mas não foi o que aconteceu. Infelizmente, durante qualquer campanha eleitoral, ao abrir o facebook, existem multidões enraivecidas que usam expressões como “quem fizer propaganda eu excluo”. Outros reclamam da propaganda gratuita, outros xingam por “outdoors” e por aí vai. Indiscutivelmente, nossa democracia não é perfeita, as pessoas que hoje votam não tem mais aquele ideal de liberdade, de lutas, de coragem. Os bons homens, aqueles que foram capazes de conduzir multidões às ruas e de bradar contra o regime, já se foram. O povo está se negando ao estado de direito democrático, e isso é exatamente o que os piores políticos querem.”

Esse foi um post de um rapaz lá no Observador Político. Como eu comentei me lembrando de muita coisa que hoje é considerada “maravilhosa”, mas não passa de balela, como a tal da “Diretas Já”, resolvi publicar a resposta que dei aqui:

Tem um bocado de coisa errada aí:

A “luta” contra a “ditadura” não tem nada de bela, principalmente nos episódios que envolveram as “Diretas Já”. Aquilo foi uma guerra de vaidades entre políticos que se acotovelavam nos palanques disputando um lugar na primeira fila para sair bem na foto.

Gozado que tem gente que adora Ulysses Guimarães, mas convenientemente se esquece que o “Senhor Diretas” em 1964 foi a favor da deposição de Jango e apoiou o general Humberto Castelo Branco na eleição indireta para presidente da República (do livro “Ulysses Guimarães”, 66º da série “Perfis Parlamentares, editado pela Câmara dos Deputados, na página 21 da Cronologia). Ou seja, apesar de fazer a imagem do político sério e cheio de propósitos era um maria-vai-com-as-outras, como seu coleguinha público, mas grande rival de bastidores, Tancredo Neves.

Tem gente que também adora Brizola, outra figurinha fácil das Diretas Já, mas esquece que ele não se cansou de brigar pelo fechamento do Congresso à época de Jango, seu cunhado, como presidente, como confirmado pelo seu último discurso público, em 13 de março de 1964, antes de fugir para o Uruguai vestido de enfermeira: “Mas o povo olha para um dos poderes da República, que é o Congresso Nacional, e ele diz NÃO, porque é um poder  controlado por uma maioria de latifundiários, reacionários, privilegiados e de ibadianos [IBAD - Instituto Bíblico das Assembleias de Deus]. (...) Dirão que isto é ilegal. Dirão que isto é subversivo. Dirão que isto é inconstitucional. Por  que, então, não resolvem a dúvida através de um plebiscito? Verão que o povo votará pela derrogação [supressão, invalidação] do atual Congresso.”

Tem gente que ainda venera Luís Carlos Prestes, um burro sanguinário que apesar de ter tentado estabelecer uma ditadura comunista no Brasil, também participou das Diretas Já.

Teve até o Lula, que através do sequestrador Franklin Martins - outro que não hesitou em pegar armas para impor o comunismo aqui - quis censurar a imprensa, além de roubar dinheiro através do mensalão, entre outras coisas.

E por aí afora.

Outra coisa, como é que você pode cobrar “democracia” no Facebook se reclama do direito de qualquer um de não querer saber de política? É claro que quem não procura se inteirar das coisas corre o risco sério de ser governado por imbecis, mas não deixa de ser um direito.

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