quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O brasileiro vai ser sempre um merda!

Eu estava com meu carrinho de compras em uma fila no caixa do supermercado Zona Sul, razoavelmente cheio, virei de costas, me afastei um passo e estiquei a mão para pegar um vidro de sal marinho sueco que estava em promoção. Tal “operação” não durou dez segundos, só que, ao voltar, um cidadão estava exatamente em frente ao meu carrinho, preparando-se para tirá-lo do caminho e passar à minha frente e, educadamente, falei: “eu estou aqui”, nada mais que isso. E fui “recebido” pelo cara com um sorrisinho irônico e uma dúzia de palavras em uma língua que me parecia eslava dirigidas às amiguinhas de olhos azuis que o acompanhavam, que também se debulharam em risadinhas. Mas até aí, tudo bem. Embora meu pavio curto estivesse mais curto ainda, deixei pra lá.

Passado mais ou menos um minuto, com o cara colado no meu cangote, a fila andou e eu retirei da minha frente um carrinho vazio atrapalhando o caminho, pedindo licença a todos e o deixando ao lado da fila, com todo cuidado para não esbarrar em ninguém. E não é que o gringo, olhando para a minha cara com o mesmo sorrisinho de babaca, pegou o carrinho e quis colocá-lo de volta enquanto dizia coisas ininteligíveis que provocavam mais risadinhas nas suas amigas?

Bom, aí vocês podem imaginar a minha reação, muito mais teatral do que verbal: peguei o carrinho e o empurrei com toda a força para um canto enquanto algumas imprecações - nada de palavrões - saíam instintivamente da minha boca. O sujeitinho se deu conta que estava se exibindo para as amiguinhas com o cara errado e foi para outra fila.

Mas na minha frente na fila tinha uma perua e, ao terminar a minha sessão pavio curto, virei-me em direção ao caixa e devo ter dito alguma coisa para mim mesmo em voz alta como “e depois falam dos brasileiros...”, o que foi o bastante para a perua dizer “mas ele foi muito educado”.

Pra quê!

“Minha cara, por acaso a senhora fala esse diabo de língua?”, perguntei.

“Não, mas costumo viajar muito para o exterior e...”

Aí eu interrompi:

“E, o quê? Na terra deles eles fazem esse tipo de coisa? Viajado eu também sou, mas nunca vi disso!”

A perua se calou e tratou de pagar os dois pãesinhos franceses e a Coca-Cola pequena, que eram as suas compras, e se mandou.

Maldosamente, pensei comigo mesmo como é que uma pessoa que janta pão seco com Coca pode ter a cara de pau de dizer que viaja muito para o exterior...

Independentemente das minhas “furibundices” nada corretas, o episódio serve para mostrar o nosso complexo de vira-latas, ou seja, o gringo, mesmo errado, é mais educado que nós.

Aonde foi parar o amor próprio e o orgulho de ser brasileiro dessa gente?

2 comentários:

  1. Exatamente por tomar somente Coca-Cola e comer paes e´que ela pode viajar. Gente mal educada existe em todas as partes, em todas. Infelizmente. O estrangeiro era mesmo um babaca, talvez russo, sao super babacas e sem qualquer estilo, nao generaliso, mas quase, em qualquer lugar por onde passam deixam rastro sao lembrados.
    Ha babacas em todas as nacionalidades.

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  2. FHC mandou bem:

    "A questão é complexa e há responsáveis políticos, em maior ou menor grau. Para começar, o governo Lula zombou da crise, era uma “marolinha”, e seguiu funcionando, fagueiro, como se nada precisasse ser feito para ajustar o rumo. Houve, portanto, uma avaliação errada da conjuntura.**** Mas houve outras barbeiragens. O lulopetismo, arrogante, colocou a lanterna na popa do barco e, rumando para o passado, retomou as políticas dos tempos militares geiselianos como se avançasse intrépido para o futuro. Tome subsídios para pobres e ricos[..]. Perceberam tarde que o cobertor era curto, faltaria dinheiro. Se há problemas, tome maquiagem: o Tesouro se endivida, pega emprestado dinheiro no mercado, repassa-o ao BNDES, que fornece os mesmos recursos aos empresários amigos do rei. Toma-se dinheiro a, digamos, 10% e se concede a 5%. Quem paga a farra: eu, você, os contribuintes todos e os consumidores, pois algo dessa mágica desemboca em inflação.

    A maquiagem fiscal já não engana: mesmo o governo dizendo que sua dívida líquida não aumenta, quem sabe ler balanços vê que a dívida bruta aumenta e os que investem ou emprestam, nacionais ou estrangeiros, aprenderam muito bem a ler as contas. Deixam de acreditar no governo. Mais ainda quando observam sua ginástica para fingir que é austero e mantém o superávit primário.

    Não é só. Em vez de preparar o Brasil para um futuro mais eficiente e decente ****, com regras claras e competitivas que incentivassem a produtividade, o “modelo” retrocedeu ao clientelismo, ao protecionismo governamental e à ingerência crescente do poder político na vida das pessoas e das empresas. E não apenas graças a características pessoais da presidenta: a visão petista descrê da sociedade civil, atrela-a ao governo e ao partido, e transforma o Estado na mola exclusiva da economia. Pior e inevitável, a corrupção, independentemente dos desejos de quem esteja no ápice, vem junto. Tal sistema não é novo, foi coroado lá atrás, ainda no primeiro mandato de Lula, quando se armou o mensalão. Também neste caso há responsáveis políticos e nem todos estão na lista dos condenados pelo Supremo.

    Com ou sem consciência de seus erros, o petismo é responsável por muito do que aí está. Não por acaso seu líder supremo, depois de longo silêncio, ao falar foi claro: identificou-se com as instituições que as ruas criticam e, como Macunaíma, aconselhou a presidenta a fazer oposição a si mesma, como se governo não fosse…"

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