quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Brasil, eterno país de analfabetos - a começar pelos do governo

Brasil não atingirá meta para reduzir analfabetismo entre adultos, diz Inep
Meta assinada com Unesco era melhorar em 50% o índice até 2015.
País também não deve cumprir objetivos sobre maior acesso a creches.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, afirmou nesta quarta-feira (29), após a divulgação de um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre educação no mundo, que o Brasil não deverá alcançar a meta, assinada em 2000 por 164 países, para melhorar em 50% os níveis de alfabetização de adultos até 2015. O 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos indica que o Brasil ocupa a 8ª posição no ranking de países com maior número de analfabetos adultos.

De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais no país foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos – número reconhecido pela Unesco.

E a matéria segue com Luiz Cláudio Costa cheio de desculpas esfarrapadas e tentativas esdrúxulas de comparação com países de última categoria na tentativa de dourar a pílula amarga que é mais esse vexame do governo. Quando será que as nossas metas terão como parâmetro uma Noruega da vida?

Para começar, nada bate direito nesses dados. Se o Brasil tem 13,2 milhões de analfabetos, que correspondem a 8,7% da população com mais de 15 anos, o total desta deveria ser 151,7 milhões de pessoas. Só que, segundo o censo de 2010, a população com mais de 15 anos era 144 milhões – e pouquíssimo mudou em três anos.

Então, das duas uma: ou os analfabetos com mais de 15 anos correspondem a 9,2% (13,2 milhões) da população, ou eles são em 12,5 milhões, para corresponder aos 8,7% divulgados.

Além disso, como de hábito, a culpa da dificuldade de erradicação do analfabetismo é atribuída às heranças malditas que deixaram velhos analfabetos, só de sacanagem, para dificultar a vida do PT:

“O presidente do Inep informou que o número elevado de idosos que não sabem ler nem escrever é um dos fatores que dificultam a erradicação do analfabetismo no país. Segundo o instituto, com base em dados do IBGE de 2012, 24% da população brasileira com mais de 60 anos é analfabeta.”

Vejam o absurdo: primeiro que não há nada que impeça um idoso aprender a ler, e depois, esses 24% correspondem a 4,8 milhões de pessoas, número considerável, mas e os outros 8,4 milhões?

5 comentários:

  1. O Brasil já está exportando analfabetismo:
    http://noticias.uol.com.br/album/2014/01/30/campanha-denuncia-casos-de-discriminacao-e-xenofobia-na-universidade-de-coimbra.htm?abrefoto=7

    ResponderExcluir
  2. Uma crianca de 10 anos deverá realmente saber ler e escrever, eu nao entendo isso da populacao de 15 anos.
    Nao entendo como funciona o método de contar o numero de analfabetos.
    Aqui uma crianca de 10 anos ja fala ingles, vem vender cookies na porta e quando eu respondo em ingles, ela abra a boca e ja comeca a vender tudo em ingles.
    Ok, nao vamos pedir o impossivel de uma crianca brasileira que ve tudo dublado na tv. Seria um sonho se soubessem falar a lingua oficial do país, ler e escrever com 10 anos.

    ResponderExcluir
  3. Eu não posso ser citado como parâmetro porque, em função da minha asma, praticamente não dormia e a minha avó tinha que ficar me contando tantas histórias que a fonte dela secou e ela passou a lê-las para mim, deitada ao meu lado - quase sempre Monteiro Lobato. O resultado disso foi que, com quatro anos incompletos, eu já lia e escrevia. Quem me lembrou disso foi uma grande amiga dos meus pais, cujo filho é ainda meu amigo. Ela me mandou a foto de um cartão datado do dia do meu quarto aniversário, escrito por mim, aonde eu agradecia a presença do Leandro - o filho.

    Mas os meus filhos, todos, com cinco anos já eram alfabetizados e, aos dez, mais ou menos, já tinham uma boa noção de inglês (hoje todos falam fluentemente) graças às brincadeiras que eu fazia em casa, estabelecendo um dia por semana (ou algumas horas) para só falarmos a língua dos Beatles, que eu nunca parei de ouvir.

    ResponderExcluir
  4. A minha melhor amiga deixava a Lara comigo duas vezes por semnas quando estava fazendo um curso durante a noite, a Lara tinha 8 anos e falava comigo em ingles, nao porque tinha aprendidona escola, aprendeu vendo tv, aqui na Fandria nao tem nada dublado,é maravilhoso, as criancas quando comecam a aprender ingles nas escolas ja levam muita vantagem.
    Os meus irmaos e eu quando entramos na escola tambem ja sabiamos ler e escrever e "contar", ja sabiamos que o Ivo tinha comido a uva e que a avó tinha "brinquinho" e o avô tinha "chapeuzinho".

    Quinze anos é dose, com quinze anos aqui uma crianca ja escolheu que linha irá seguir para entrar na universidade, aqui escolhem com 13 anos se querem seguir, ciencia ou humaniora, etc, etc. Aqui ainda ensinam o latim e o grego. A escola belga é fantastica.

    Me parece uma piada, quinze anos ….

    ResponderExcluir