segunda-feira, 31 de março de 2014

Noblat lista 362 mortos e desaparecidos vítimas da ditadura: vamos refazer essas contas?

Como já era de se esperar, ontem e hoje, o Globo veio entupido de reminiscências de 50 anos atrás. Uma delas, um editorial quilométrico - “Para nunca mais se repetir” - reafirmando a nova vocação do jornal para a tendenciosidade. Em outra, Ricardo Noblat usa sua coluna para listar os supostos “362 mortos e desaparecidos políticos da ditadura de 64”. E não é que eu encontro nessa lista o nome de Gustavo Buarque Schiller?

Explico meu espanto. Gustavo era sobrinho da amante de Adhemar de Barros, Ana Benchimol Capriglioni, cujo cofre foi roubado por indicação dele, pela quadrilha a qual pertencia, junto com Dilma Rousseff e Carlos Minc, a Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares e que rendeu exatos US$ 2,598 milhões.


O problema é que Gustavo, meu colega de classe no Colégio Andrews por dois ou três anos, não foi exatamente uma vítima da ditadura, já que suicidou-se em 1985, jogando-se da janela do apartamento dos pais de uma amiga, Regina Xexéo, em Copacabana, após beber muito, segundo a própria Regina.

Detalhe meu: como não houve testemunhas, já Regina afirmou que quando entrou no quarto, só viu a cortina balançando - “ele já tinha pulado” -, do quarto onde dormiam Joana, filha de Gustavo, então com um ano e oito meses, e as filhas de Regina, o que impede supor que ele tenha apenas caído, já que estava sob os efeitos do álcool?

Mesmo que minha suposição não esteja correta, é absurdo que o suicídio de Schiller seja classificado como uma “morte pela ditadura”. E quantos nomes mais há nessa mesma situação de vítimas, mas que morreram e desapareceram por outros motivos completamente dissociados da parte política da coisa?

Pois é, amigos, é assim que eles fazem as contas...

2 comentários:

  1. Perguntar não ofende?! - onde está a "Lista-dos-Desaparecidos-pelo-Movimento"?

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    1. Mortos pela esquerda (a lista pode ser bem maior - militares têm por hábito listar as baixas, amigas e inimigas); ao terrorismo não interessa tal precisão pois sua "propaganda" pode aumentar, abaixar, de acordo com seu interesse mediato ou imediato.

      "Mortos pela Esquerda" pode ser consultado em qualquer navegador (tag).

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