quarta-feira, 16 de abril de 2014

Brasilês e Português

Essa eu escrevi em 2005, no tempo do indefectível deputado Severino Cavalcanti, quando ele foi a Portugal, para mostrar a diferença entre o “idioma” brasileiro e o português da terrinha.
Notícias Lusitanas Sobre Severino
O deputado Severino Cavalcanti, muito catita em suas calças de ganga e camisola aos quadrados, deu o exemplo à cota, comparecendo a um posto de saúde para tomar sua vacina e, sem usar suas prerrogativas, meteu-se no rabo da bicha e aguardou pacientemente a hora de tomar sua pica. Durante a espera foi muito assediado pelos putos ao dar cacetes e chupa-chupas a todos. Ao adentrar no posto, verificou que as vacinas estavam corretamente acondicionadas em esferovites e foi logo anunciando: “Só tomo pica se for no cu!”, e prontamente arriou suas calças e boxers. Veio então o doutor e, para que não doesse, aplicou suavemente a pica no cu de Severino, que mesmo assim exclamou: “Chiça, está a doer!”. Terminada a operação, ao verificar que seu cu sangrava, o deputado solicitou um penso rápido, o que foi imediatamente providenciado.
Enquanto aguardava o estancamento do sangue sentado em um maple, Severino trocou algumas palavras com a imprensa, aproveitando para classificar de bestiais os seus colegas de hemiciclo. Contou também que começou a vida como trolha e que sua habilitação literária é pouca porque não teve dinheiro suficiente durante a época escolar para pagar as sebentas e nem as propinas. Ao ser perguntado sobre seus hobbies, afirmou que foi um grande trepador na juventude, mas agora, devido à idade, não trepa mais. Sobre suas preferências gastronômicas, disse que é de gosto simples: adora um sandes de prego no cacete acompanhado de um fino. Mostrou-se simpático à greve dos picas, apenas ressalvando que a cheta que eles querem é muito grande, assim como no caso dos mecânicos que pedem isonomia com os estomatologistas. Para terminar, fez um apelo ao povo para que todos fossem dadores como ele, para que os diminuídos tivessem mais chances de vida, afirmando ainda que as parangonas sobre sua resignação não passam de tangas, pois ainda tem muita genica e que em sua gestão, os artigos da Carta Magna jamais serão safados.
Ao sair do recinto, fez questão de passar pela chafarica em frente e pagar bicas e galões para o povo que o esperava, ao mesmo tempo que novamente distribuía cacetes aos canalhas de quem tanto se agradou.
Catita – elegante

Calças de ganga – calça jeans
Camisola – camiseta
Aos quadrados – xadrez
Cota – gente idosa
Rabo da bicha – fim da fila
Putos – meninos
Cacete – pão francês
Chupa-chupa – pirulito
Esferovite – isopor
Pica – injeção
Cu – nádegas
Boxers – cueca samba-canção
Chiça – (excl.) puxa!
Penso rápido – band-aid
Maple – sofá
Bestial – admirável
Hemiciclo – Câmara
Trolha – auxiliar de pedreiro
Habilitação literária – grau de instrução
Sebenta – apostila
Propina – mensalidade
Trepador – Alpinista
Sandes – sanduíche
Prego – churrasquinho
Fino – tulipa (chope)
Picas – trocador de ônibus
Cheta – grana
Mecânico – auxiliar de dentista
Estomatologista – dentista
Dador – doador
Diminuído – deficiente
Parangona – manchete de jornal
Resignação – renúncia
Tanga – mentira
Genica – energia
Safar – apagar (a escrita) com borracha
Chafarica – botequim
Bica – cafezinho
Galão – café com leite
Canalha – criança

2 comentários:

  1. Bestial!!!!!! ahahahahahahahahahahahahhahahahahah.
    Gosto muito de Portugal e eles fazem um café sensacional tao bom como o café dos italianos.
    Eu bebo sempre "uma meia de leite"

    Morro de medo de picas, tenho trauma.

    Sensacional Ricardo o teu texto, safado e gostoso. Chafarica eu não conhecia, gostei do nome é redondinha.


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  2. Agora entendi o Brasil. Em Portugal canalha é criança, os portugueses devem tratar bem as crianças e por isso no Brasil os canalhas são tão bem tratados. Alguém tem que avisar a população brasileira que são as crianças que devem ser bem tratada e não os canalhas, os brasileiros estão fazendo ao contrário.

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