terça-feira, 15 de abril de 2014

Castilhismo e o mofo pseudoideológico

Ando meio sem paciência para discussões com essa gentalha da esquerda. Não todos os esquerdistas, mas “apenas” a grande maioria, aquela que não pensa, ou pensa que pensa.

Ainda ontem, entre os comentaristas da Tribuna, havia uma meia dúzia deles fazendo o que mais gostam: deturpando a História e louvando idiotas. O papo era sobre Oswaldo Aranha, devidamente desconstruído por eles e chamado de aproveitador, sionista e - pasmem - traficante de armas. Um dos poucos comentaristas não alinhados com a imbecilidade vigente, tentou, em vão, explicar quem foi e o que fez Oswaldo Aranha, mas os caras não aliviavam.

Dirigi-me, então, àquela única alma pensante, argumentando que não adiantava malhar em ferro frio porque o plano de poder desses “camaradas” inclui a completa desconstrução da nossa História de maneira a adequá-la às suas ideias muares, achincalhando a memória de todos os ilustres brasileiros que, por pensarem por si – e não para si -, tanto desagradam a quem precisa recorrer a cartilhas vermelhas ensebadas para poder se pronunciar sobre alguma coisa, citando Malan: “Aqui no Brasil, nem o passado é previsível”.

Uma das antas vestiu a carapuça e mandou: “Seu Froes,na parte que me toca. Esclareço,sou da linha Castilhista,teve como seguidores GRANDE Dr.Getúlio Dorneles Vargas,e Leonel De Moura Brizola (sic geral).

Mas o que seria um “castilhista”, pombas? E lá fui eu ao dicionário e descobri que “castilhismo” é o “pensamento ou doutrina política do partido liderado pelo gaúcho Júlio Prates de Castilhos (1860-1903)”.

Mas e agora? A única coisa que eu sabia sobre Júlio de Castilhos é que ele tinha sido governador (ou presidente, como vim a saber depois, porque àquela época a denominação era esta) do Rio Grande do Sul. Não passava pela minha cabeça que o cara tinha fundado uma doutrina e muito menos que tinha seguidores. E lá fui eu atrás do que pudesse ser o tal “castilhismo” e vim a saber que Júlio elaborou a constituição estadual de 1891, inspirada no positivismo de Comte. Como essa foi a primeira constituição estadual da república a ser concluída, acabou servindo de base a diversas outras no país, o que, de certa forma, colaborou para uma divulgação do que acabou por ser chamado de “castilhismo”.

Para resumir, o tal castilhismo era uma corrente política conservadora que apostava na modernização econômica, por ter na “burguesia” industrial e urbana suas bases de apoio. Tinha três princípios básicos:
  • Escolha dos governantes baseada na sua pureza moral e não na sua representatividade popular.
  • Na política devem ser eliminadas as disputas político partidárias e valorizar só a virtude.
  • O governante deve regenerar a sociedade, e o Estado comandar a transformação e modernização da sociedade.
Ou seja, o castilhismo pregava a ditadura escancarada. Um besteirol sem sentido. Quem avaliaria as tais “pureza moral” e “virtude”? 

Dizem que Getúlio tentou implantar esse troço no Estado Novo, mas deu com os burros n’água. 

Pois é. Ainda tem gente que diz seguir essa palhaçada e ainda quer discutir. Impossível

2 comentários:

  1. Sou do oeste de Santa Catarina (em Salvador desde 2009), convivi com getulistas e brizolistas de todas as categorias, desde fanáticos até simpatizantes, mas nunca tinha ouvido falar nessa coisa.

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  2. Que belo desenvolvimento político social. Ainda olham para trás em vez de procurarem um caminho até o futuro. O homem certamente adota a terapia do joelhaco.

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