quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Calhordice coletiva do Conselho de Ética da Câmara livra Bethlem da cassação

O deputado Rodrigo Bethlem foi acusado de desviar recursos públicos durante gestão na Secretaria de Assistência Social da prefeitura do Rio de Janeiro. O pedido de abertura de processo foi feito pelo PSOL, que na representação entregue ao Conselho de Ética diz que houve divulgação pela imprensa de conversas telefônicas, em julho, que apontam possível recebimento de vantagens indevidas pelo parlamentar fluminense quando ocupava o comando da secretaria.

Segundo a Agência Brasil, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados rejeitou ontem, por 8 votos a 2, o parecer do deputado Paulo Freire (PR-SP) que propunha a abertura de processo de cassação do mandato do deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-J).  Como o parecer preliminar não foi acatado, o processo para a abertura de investigações foi arquivado pelo conselho. O argumento dos deputados que votaram contra a abertura das investigações é que não havia provas materiais que justificassem as denúncias.

E sabem qual foi o argumento que Bethlem usou em sua defesa? Ele simplesmente mostrou seu passaporte para supostamente provar nunca ter estado na Suíça.

Acontece que se qualquer um chegar à Europa por qualquer dos outros 29 países membros do chamado “Espaço Schengen” e depois for à Suíça, também país-membro, não vão carimbar coisa nenhuma, pois ele já estará legalizado. Esse tal Espaço Schengen, que é o resultado do Acordo de Schengen - uma convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários -,  compreende um total de 30 países, incluindo todos os integrantes da União Europeia (exceto Irlanda e Reino Unido) e três países que não são membros da UE (Islândia, Noruega e Suíça).

Dá para imaginar que entre os dez “eminentes” deputados nenhum tenha levantado a lebre? Eu prefiro acreditar em corporativismo, vulgarmente chamado de calhordice coletiva.

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