quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Daniel Pipes: Os suecos simplesmente decidiram pelo suicídio nacional?

Do Midia Sem Máscara

Ai daquele na Suécia que discordar do ponto de vista ortodoxo, de que acolher calorosamente levas de indigentes de países como o Iraque, Síria e Somália não seja uma ideia ótima e nobre. O simples fato de discutir a permissão de que cerca de um por cento da população de uma civilização esquisita emigre anualmente faz com que o proponente caia em desgraça, política, social e até legalmente. (Eu conheço um jornalista que foi ameaçado com prisão por discordar ligeiramente sobre essa questão). Dizer que há uma cultura sueca que vale a pena preservar, causa perplexidade.

Ainda assim, os fatos relacionados à imigração estão aí para que todos vejam: dependência da assistência social, intenso preconceito contra cristãos e judeus além de uma ampla gama de patologias sociais, de desemprego a estupro por motivação política. Consequentemente, um número cada vez maior de suecos está, apesar dos riscos, preferindo se afastar do consenso e se preocupar com o suicídio cultural de seu país.

O tabu que cerca atitudes dessa natureza significa que os partidos políticos, com uma exceção apenas, continuam, de forma resoluta, a apoiar a imigração. Somente os Democratas Suecos (DS) apresentam uma alternativa: esforços reais com o objetivo de integrar os imigrantes existentes e uma diminuição de 90% nas imigrações futuras. Apesar do repugnante passado neofascista (a propósito, característica não exclusiva aos Democratas Suecos), o DS vem se tornando cada vez mais respeitável, tendo sido recompensado com sucesso eleitoral, dobrando sua votação para o parlamento de 3% em 2006 para 6% em 2010 e 13% em 2014. Todos os suecos com os quais eu conversei, em uma visita recente, estimam que a votação para o DS continue crescendo, o que é confirmado por recentes pesquisas de opinião.

Se um partido ou bloco de partidos tivesse ampla maioria no parlamento unicameral sueco, o DS seria praticamente irrelevante. Mas os dois blocos do Riksdag estão bem equilibrados. Três partidos de esquerda controlam 159 das 349 cadeiras, enquanto a Aliança para a Suécia de "direita" (aspas para denotar que, do ponto de vista americano, não é nada conservadora), composta de quatro partidos, controla 141 cadeiras. Isso significa que o DS, com 49 cadeiras, mantém o equilíbrio do poder.

Mas o DS é considerado anátema, de modo que nenhum partido negocia com ele para aprovar alguma legislação, nem mesmo indiretamente através da mídia. Tanto a esquerda quanto a "direita" procuram isolá-lo e desacreditá-lo. Mesmo assim, o DS teve um papel decisivo em legislações cruciais, particularmente no orçamento anual. Continuando com sua política de tirar do poder os governos que se recusam a reduzir a imigração, eles implodiram o governo da Aliança para a Suécia no início de 2014. Esse cenário se repetiu nas últimas semanas quando o DS se juntou à Aliança em oposição ao orçamento da esquerda, forçando o governo a convocar eleições para março de 2015.

Mas aconteceu uma coisa extraordinária: os dois blocos mais importantes concordaram não só com o orçamento atual como também com orçamentos futuros e na divisão de poderes até 2022. As alianças da esquerda e da "direita" elaboraram revezamentos de modo que as eleições não precisam necessariamente ocorrer em março, permitindo que a esquerda governe até 2018 e a "direita" provavelmente continue a partir de 2018 até 2022. Esse cartel político não só obstrui o DS de exercer seu papel central, mas estando impedido de conquistar a maioria nas cadeiras parlamentares em 2018, não terá mais um papel significativo nos próximos oito anos, indicando que nesse período a questão da imigração não poderá mais estar na ordem do dia.

Isso não é nada menos do que impressionante: para impedir o debate sobre o problema mais controvertido do país, 86% do parlamento juntaram forças para marginalizar 14% dos que discordam. Os dois maiores blocos diluíram as suas diferenças, já pequenas, para excluir o rebelde partido populista. Mattias Karlsson, líder em exercício do DS observa corretamente que com esse acordo, seu partido se tornou a única real oposição.

A longo prazo o horizonte é auspicioso para o DS, que provavelmente colherá frutos desse golpe antidemocrático. Os suecos, de longa data, acostumados com a democracia, não gostam de acordos de bastidores, que muito provavelmente irão anular seus votos em 2018. Eles não irão aplaudir a dimensão desse bullying. Também não irá agradar a retirada de uma matéria altamente controvertida da pauta de votações. E quando chegar a "hora da mudança", como sempre acontece, os Democratas Suecos apresentarão a única alternativa à ingovernável, desgastada coalizão que estará no poder durante oito longos anos, em que os problemas com a imigração estarão alarmando mais ainda os eleitores.

Em outras palavras, esse flagrante ato de supressão está estimulando justamente o debate que ele intenciona suprimir. Antes que seja tarde demais, a questão suprema do suicídio nacional poderá, na realidade, ser debatido.

O Sr. Pipes (DanielPipes.org, @DanielPipes) é o presidente do Middle East Forum.
© 2014 por Daniel Pipes. Todos os direitos reservados.

Publicado na National Review Online.

Original em inglês: Did Swedes Just Decide for National Suicide?

Tradução: Joseph Skilnik

9 comentários:

  1. O que fazer com o terrorismo islâmico? Stephen Harper, 1º ministro do Canadá explica em 1 min e meio.

    https://www.youtube.com/watch?v=SOwM9UT5_5E

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  2. Ameacei votar no SD e o meu marido ficou furioso, furioso. Estava brincando com ele, não voto no SD porque no passado eram anti-semitas no presente não tenho segurança total que não sejam.
    jamais votaria em um partido que poderá ser anti-semita,jamais.
    O SD vai provavelmente desmanchar nas proximas eleições, principalmente porque coisas absurdas começam acontecer.
    NO começo de janeiro um exilado sírio começou reclamar pois o mandaram juntamente com outros para o norte da Suecia e ele reclamou, queria ficar em Stockholm ou em Gotemburgo, Malmö também poderia ser,
    Isso deu um bafafá medonho e o povo não esta mais para levar ninguém no copinho, as coisas estão mudando.
    Oras! Sao bem-vindos, exilados de guerra e ainda colocam exigências.
    Vai se catar na Arabia ou em Dubai onde seriam usados como escravos.
    Uns 12 somali que estão em um centro de acolhimento no centro da Suecia também estão reclamando que nada de divertido acontece no lugar e até a comida ja esta sendo criticada.
    Por favor, estão de favor e ainda colocam exigências.
    Isso vai ter que acabar.

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    1. Você mora na Suécia? Eu pensava que você morasse na Bélgica.

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    2. Não, atualmente moramos na Belgica, sou cidade sueca e portanto tenho direito ao voto. Não votei no partido SD porque eles realmente tem um passado anti-semita e isso me incomoda e muito, ja passaram mais de duas décadas dos incidentes e hoje os simpatizantes são pessoas de outra categoria. O meu marido quando os SD entraram no Parlamento fez um escândalo, parecia que a Suecia tinha sofrido um tsunami, ficou inconsolável, os suecos sairam as ruas, embora sabendo que foram eleitos democraticamente e tinham que aceitar. Infelizmente poucos políticos falam com eles, são vistos comoalgo de outro planeta, mas as coisas parece que estão mudando na Suecia e eu se puder irei colaborar para isso.

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    3. Legal, eu sempre simpatizei muito com a Suécia, mas aqui no Brasil são raras as notícias sobre esse país tão desenvolvido. Acho que é por falta de escândalos e assassinatos.

      O Olavo de Carvalho (o Mídia Sem Mascara é dele) fala as vezes, sempre falando mal. Agora, com base nas informações que você passou, ele está defendendo os nazi-facistas suecos, que se auto denominam Democratas Suecos. Parece que é o Olavo quem deseja destruir a Suécia e não os suecos.

      Obrigados pelas informações. Um grande abraço!

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  3. Eu não sei nada sobre os partidos suecos, mas quando um texto apresenta isso: "(Eu conheço um jornalista que foi ameaçado com prisão por discordar ligeiramente sobre essa questão)", eu fico com um pé atrás.

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  4. Também não acredite em tudo que você le, o tal ligeiramente pode ser sido passivamente e também outras coisas que não sabemos, na Suecia ninguém vai para a prisão assim como assim.
    Não é perfeita, mas você como brasileiro não pode sequer imaginar o que é uma democracia que poderemos chamar de plena, você teria que viver como eu vivi para poder entender o que é a real democracia, uma sociedade não corrupta e sem qualquer burocracia, é muito dificil para um brasileiro entender algo assim, eu tive essa sorte. Também não é bem assim que todos entram, muitos são mandados de volta. A igreja sueca sempre esconde exilados cujo o processo foi rejeitado.
    Não fique com um pé atras, poderá cair.

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    1. Ademais o sr Pipes é conhecido pelos seus comentários xenofobos e sexistas, não é uma pessoa idonea.
      Ele não é propriamente indicado para analisar a politica sueca, não é mesmo.

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