quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A parte da meia verdade que ficou faltando no caso da mulher que reclamou da auditora do Galeão


Pois é. Dona Mariana Cavalcante fez um rebuliço danado no Facebook por causa do suposto “abuso de poder” da auditora da Receita Federal, Maria Lucia Lima Barros, na alfândega do Galeão. Saiu até no Globo de hoje.

Acontece que Dona Mariana só contou metade da história, a parte que lhe interessava, claro. Dona Mariana esqueceu de dizer que tentou burlar a Receita ao tentar passar pelo “canal verde”, o do “nada a declarar”, quando suas malas e as da sua avó estavam entupidas de vestidos indianos de grife, alguns até bordados em ouro e pedrarias.

A constatação da Receita não invalida a acusação de “abuso de poder”, mas, como diria Millôr, o problema da meia verdade é a parte da meia mentira, no caso, a parte omitida, que acresce um outro papel, além do de vítima, para Dona Mariana desempenhar nessa história: muambeira.

Vejam o que diz a Receita Federal:

“Ao tomar conhecimento da denúncia, a Receita Federal iniciou uma investigação, partindo de análises de imagens gravadas por câmeras de segurança do aeroporto e depoimentos de testemunhas. Segundo o órgão, ao desembarcarem, as duas mulheres se dirigiram ao chamado canal verde, destinado a passageiros que informam não ter nada a declarar. Ainda de acordo com a Receita Federal, após as malas de Mariana e sua avó passarem pelo equipamento de raios X, detectou-se um volume que indicava a existência de valores que deveriam ter sido comunicados.

‘Abertas as malas, a equipe de fiscalização da Receita Federal constatou a existência de grande quantidade de artigos de vestuário, o que pode descaracterizar a situação de uso pessoal e indicar destinação comercial. As peças, documentadas em fotos, eram, em sua maioria, de moda feminina, de inspiração indiana. A fiscalização apurou ainda que as peças (muitas delas com suas etiquetas arrancadas) pareciam pertencer a grifes indianas de alto padrão. Algumas pareciam bordadas com fios de ouro e pedrarias’, informou o órgão por meio de uma nota.”



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