quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Já imaginaram o Temer apertando a mão do Fernandinho Beira-Mar, selando um acordo de paz?

Não demora muito e essa imagem pode vir a ser real
Pois foi dessa maneira que eu vi o presidente da Colômbia cumprimentando o chefão das FARC, sob os olhares embevecidos dos mais puros representantes da idiotia latino-americana. Uma covardia sem tamanho por parte de um governo que se rendeu a uma quadrilha de 14 mil pessoas apesar de dispor de um contingente de 450 mil homens nas forças armadas.

Tampouco me agrada o comportamento da metade da população, que parece satisfeita com essa rendição do Estado ao banditismo narcotraficante.

Apesar do título parecer piada, não sei se vai demorar muito para que o mesmo aconteça por aqui, caso não se tomem providências urgentes, imediatas. Se já não for tarde demais para se evitar uma guerra civil.

Narcoestados, presente ou futuro?
Chico Regueira em O Globo

O crime organizado está nacionalizado no Brasil. A exportação para outros estados do modelo de facções e milícias, criado no Rio de Janeiro e em São Paulo, parece definitivamente não estar sendo percebida pelo Ministério da Justiça.

A ausência de um projeto brasileiro integrado de combate a esses grupos facilita a expansão deles em escala industrial por capitais e cidades médias. As políticas baseadas na repressão policial feita em trincheiras, esquina por esquina, não levam em conta a extensão territorial do país e a capilaridade das diversas facções.

Não é mais somente o monopólio da venda de drogas ou do gás no varejo que deve ser levado em questão, mas também a ocupação das cidades por facções e milícias que se impõem como um poder paralelo instituído através de ações violentas, torturas e assassinatos, que disseminam o medo em qualquer um que levante a voz contra seus interesses.

Esses grupos criminosos agem no vácuo deixado pelo Estado, que perde territórios urbanos ao se anular negando políticas públicas, estrutura e direitos básicos às periferias. Cada região abandonada é uma nova área livre a ser ocupada pelo poder paralelo, que enxerga nesses vazios enorme potencial lucrativo através da exploração criminosa.

Cidades como Fortaleza, João Pessoa, Natal, Vitória e Maceió, para citar algumas, assistem impassíveis à expansão de facções que se afirmam pichando suas siglas em muros e postando relatos de dominação no YouTube. Esses grupos se atentaram para a importância da disputa do poder institucional, e hoje buscam espaço na política partidária financiando campanhas e indicando candidatos em algumas dezenas de municípios brasileiros.

Somente no estado do Ceará, advogados de partidos políticos com os quais conversei reservadamente estimam 14 cidades com candidatos a prefeitos, que podem ser eleitos no próximo domingo, indicados pelo tráfico de drogas. Os traficantes desconhecem dificuldades financeiras e bancam campanhas através de cidadãos laranjas que emprestam, muitas vezes coercitivamente, seus nomes e CPFs para pequenas doações que, somadas, chegam a milhões.

Subterrâneas, essas facções não são vistas pelos Tribunais Regionais Eleitorais, que estão atentos apenas a possíveis fraudes no âmbito político-partidário, e que sequer têm capilaridade e força investigativa para deter a expansão deste assombroso fenômeno.

Estamos diante da formação de narcoestados brasileiros que, como um câncer, se instalam silenciosamente, inspirados no modelo mexicano em que o crime se faz representado no Poder Executivo e Legislativo, ditando leis não somente através da política do terror e do medo, mas defendendo também os interesses de seu “negócio”.

Nossas instituições não estão percebendo, ou não querem ver, a profissionalização do crime, seja através de milícias ou facções que se embrenham cada vez mais no Estado, tornando-se parte dele como um cupim que pode, aos poucos, corroer toda a sua estrutura. Será que acordaremos a tempo de combater esse fenômeno, ou já é tarde demais?


2 comentários:

  1. (argento - seu voto é uma arma apontada contra seu Futuro) ... bão Fróes, não é difícil "imaginar" - tempos idos, Gregório Fortunato, o Anjo Negro, disso tratava pessoalmente ...

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  2. (argento) ... lá, o Povo rejeitou, em "Referendo" ...

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