sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Ensino, vergonha nacional: Português reprova 37,9% dos candidatos a estágio

É lamentável que um universitário tenha essa caligrafia e esse nível de escrita: em 30 errou 25!

Por G1

O português ainda elimina muitos candidatos durante um processo seletivo. Pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios – Nube mostrou que 4 em cada 10 candidatos a estágio perdem as vagas por causa de erros de português. Estudantes dos cursos de design (73,50%) e sistemas de informação e computação (53%) tiveram o pior desempenho, enquanto alunos dos cursos de turismo (96,70%) e economia (82,93%) tiveram mais acertos.

O teste foi aplicado na forma de ditado, com 30 palavras como "exceção", "textura", "artificial", "autorizar", "licença", "desperdício" e "sucesso". Era considerado reprovado quem cometesse mais de sete erros. No total, 3.111 candidatos (37,9%) foram eliminados.

"As pessoas escrevem e até se comunicam mais por meio dos aplicativos de mensagens. Entretanto, a cada palavra digitada, o celular vai corrigindo. Quando o jovem precisa mostrar seu conhecimento com uma caneta e um papel, ele mostra sua fragilidade e barreiras com a língua", analisa Erick Sperduti, coordenador de seleção do Nube.

Os alunos mais reprovados são dos cursos de design (73,50%), sistemas de informação e computação (53%), publicidade (46,60%), administração (38,20%) e jornalismo (34,30). Na outra ponta, com maior aprovação, estão os cursos de turismo (96,70%), economia (82,93%), direito (82,60%), psicologia (76,70%) e engenharia (73,50%).

Segundo Sperduti, é comum ver estudantes com melhor desempenho no segundo idioma do que no português. "Surpreende o fato de os jovens da graduação ainda registrarem erros graves na escrita. Nessa primeira etapa de seleção, muitos são excluídos por terem pouca intimidade com as palavras".

Mulheres têm melhor desempenho
As mulheres tiveram resultados melhores do que os homens nos testes de ditado, mas mesmo assim 34,52% não passaram nos exames. Entre os homens, o índice de desempenho ruim chegou a 41,34%.

Os candidatos com idade entre 14 e 18 anos tiveram um resultado muito ruim, com 60,16% de desclassificados. O índice também foi alto em outras faixas etárias: entre 19 e 25 anos (37,27%), 26 a 30 anos (40,61%) e acima de 30 anos (39,53%).

Níveis de ensino
Entre os cursos, na categoria superior tecnólogo, eventos (89,47), gestão comercial (84,38%), e gestão empresarial (75%) tiveram os maiores índices de aprovação.

Já no segmento do nível médico técnico, 73,91% dos estudantes de logística tiveram bons resultados nos ditados

"O desafio para os profissionais esperados pelo mercado não é apenas ganhar o diploma, mas também mostrar domínio da nossa língua. A prática de leitura e, principalmente, exercitar a escrita é um bom exercício para aprimorar a linguagem e não perder boas oportunidades na carreira", afirma Sperduti.

A pesquisa foi feita em todo o ano de 2015, com 8.208 candidatos.

Um comentário:

  1. (argento) ... só pra sacanear: de que vale a "Universidade Para Todos" se são reprovados no final?

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